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sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Cruz e Souza, agora é definitvamente catarinense


GOVERNO DO ESTADO DE SC RECEBE HOJE RESTOS MORTAIS DO POETA CRUZ E SOUSA

Santa Catarina receberá na quinta-feira (29/11) os restos mortais do poeta catarinense Cruz e Sousa, morto em 1898, em Minas Gerais. O governador Luiz Henrique participará da solenidade de recepção dos restos mortais, realizado em comemoração à conquista, e organizada pela Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte e Fundação Catarinense de Cultura (FCC), no Museu Histórico de Santa Catarina, onde ficarão os restos mortais do simbolista. Quando deixar o quartel do Corpo de Bombeiros, na praça Getúlio Vargas, Centro de Florianópolis, para a cerimônia no Museu Histórico do Palácio Cruz e Sousa, a urna com os restos mortais do poeta será recebida pelo secretário de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, Gilmar Knaesel, e pela presidente da FCC, Elisabete Anderle. Na sala Martinho de Haro, o governador Luiz Henrique fará as honras oficiais. Os restos mortais do poeta ficarão expostos para visitação na sala Cruz e Sousa até que fique pronto o mausoléu a ser construído no Museu Histórico de SC. "Esta é uma conquista imensurável, foram mais de 30 anos até conseguirmos fazer a transferência dos restos mortais de Cruz e Sousa para Santa Catarina e prestar a este catarinense as devidas homenagens. Além disso, o acervo que hoje é aberto ao público catarinense e aos visitantes do Brasil e do mundo será enriquecido por mais esta memória de Cruz e Souza", afirma o secretário de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, Gilmar Knaesel.
O secretário destacou uma equipe que cuidou de todo o processo de transferência dos restos mortais, que estiveram até hoje no cemitério São Francisco Xavier – conhecido como cemitério do Caju – no Rio de Janeiro. As reuniões aconteceram com os familiares do poeta catarinense, que vivem no Rio, e com a Santa Casa da Misericórdia, que administra o cemitério. O Cisne Negro era filho de negros alforriados, nascido na Desterro de 1861. Sua tutela e educação nos moldes da elite da época ficaram com o marechal Guilherme Xavier de Sousa, de quem adotou o sobrenome. A obra de Cruz e Sousa é marcada pela musicalidade, ora tomada pelo desespero, ora pelo apaziguamento, conforme os críticos. O sensualismo e o individualismo também estão presentes em seus poemas e na sua prosa poética. Cruz e Sousa foi precursor do simbolismo no Brasil, ao publicar Broquéis, em 1893. Descendentes de Cruz e Sousa visitam Santa Catarina - Moradoras do bairro Realengo, no Rio de Janeiro, Dina Tereza Souza Borges, 68 anos, e Emilene Cruz e Souza, 32 anos, respectivamente bisneta e trineta de Cruz e Sousa, passaram os últimos dias em Florianópolis, de onde foram embora na última terça-feira (27).
Mais velha de seis irmãos, Dina conta que tinha em sua casa um baú com textos e fotos de Cruz e Sousa, relíquia que se perdeu em uma grande enchente, em 1988, quando o rio perto da casa onde ainda moram subiu rapidamente. "Ou a gente salvava as coisas, ou a nossa vida", lembra Dina, relatando que a água chegou a 1,5 metros de altura dentro da residência, e que todos os móveis e eletrodomésticos também foram perdidos. Sobre o bisavô famoso, escutou parentes mais velhos relatarem que era uma boa pessoa, bastante tranqüila. Ela e Emilene lembram que o poeta já tinha um mausoléu no cemitério São Francisco Xavier, mantido pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. "O mausoléu é bastante visitado, inclusive por muitas pessoas ligadas à cultura", conta Emilene. "Quando fomos questionados sobre a possibilidade dos restos mortais do poeta serem trazidos aqui para Santa Catarina, pensamos bem e concluímos que sua história está muito ligada a este Estado, no qual ele passou grande parte da vida", explica a trineta. Segundo Eduardo Macedo, no mausoléu do cemitério do Rio de Janeiro, será instalada uma placa dizendo que os restos mortais de Cruz e Sousa estiveram lá por mais de um século. "Os ossos estavam quase intactos", relata Eduardo. Em Florianópolis, os restos mortais ficarão, inicialmente, em uma urna de granito na sala Cruz e Sousa do Museu Histórico de Santa Catarina – Palácio Cruz e Sousa, no Centro de Florianópolis, em local aberto para visitação. Até metade do próximo ano, deve ser inaugurado o Memorial, nos jardins do Palácio, onde a urna ficará em uma estrutura grande, com poemas do artista gravados nas paredes, e também com um espaço para café e para leitura de livros de escritores catarinenses.
28.11.07 - Jornal ABSOLUTO

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